quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Sinusite, cafeína, apneia do sono, ATM e TPM causam dor de cabeça

Tensão pré-menstrual (TPM), sinusite, cafeína, apneia do sono e disfunções na articulação temporomandibular (ATM) estão entre as mais de 150 causas de dor de cabeça.
Para explicar a relação dos dentes e do frio com o problema, entre outros motivos, a dentista Daniela Gonçalves e o neurologista Marcelo Calderaro.
DOR DE CABEÇA NOVA VERSÃO (Foto: Arte/G1)
Sinusite
Sinusite aguda pode dar dor de cabeça porque o seio da face inflama, acumula secreção e com isso as dores aumentam. O problema costuma estar associado a coriza, congestão nasal e até febre em alguns casos.

O muco é produzido como uma reação de defesa a bactérias ou vírus, e a inflamação acontece para combater a infecção. Ao usar soro fisiológico, a hidratação aumenta, a secreção é drenada e o muco é eliminado. Isso faz com que os sinos desinflamem e a dor passe.
ATM e bruxismo
Dor de cabeça associada a um estalo ao abrir e fechar a boca e/ou ranger de dentes à noite pode ser um problema na articulação temporomandibular (ATM).

São dois os principais problemas que uma pessoa pode ter nessa parte do corpo. O primeiro deles é muscular: a chamada disfunção temporomandibular muscular, ou apenas DTM muscular. Essa disfunção costuma estar relacionada a um apertamento exagerado da mandíbula, que faz com que os músculos que movimentam a ATM sejam forçados, trabalhem demais e se cansem. Em alguns casos há, ainda, dificuldade para abrir e fechar a boca.
Esse esforço pode causar uma lesão nos músculos da ATM, que provoca dores justamente no final da mandíbula, na junção dos ossos do crânio. O apertamento excessivo da mandíbula está associado ao estresse, a questões emocionais e ao estilo de vida.
Há outra forma de DTM, que é articular e pode ser motivada por um apertamento desnecessário da mandíbula, bruxismo (também chamado de briquismo), o hábito de roer as unhas ou doenças das articulações, como a artrite.
Já o bruxismo – ato de ranger ou apertar os dentes uns contra os outros – é outro problema que pode desencadear uma disfunção na articulação da mandíbula. Pode haver desgastes nos dentes, fratura de restaurações dentárias e próteses, e prejuízos ao periodonto (tecido que sustenta os dentes).
O bruxismo também pode causar um som desagradável, e há dois tipos. O mais comum é o do sono, que só aparece quando a pessoa está dormindo. Se o problema se manifesta durante o dia, é chamado de "bruxismo de vigília", e está mais relacionado a alterações neurológicas em crianças.
Estresse
O estresse também pode provocar uma crise de enxaqueca. Esse um conjunto de mudanças no organismo é uma reação normal a determinados estímulos do ambiente e situações da vida. Toda vez que você um fator gera ansiedade e preocupação, pode haver estresse, ou seja, uma resposta adequada do organismo que deixa o indivíduo alerta, acordado e atento.

O problema ocorre quando uma série de fatores, até hormonais (como a liberação de cortisol e adrenalina), acelera os batimentos cardíacos, dá tremores, insônia e dor de contratura muscular no pescoço.
Cafeína
Quem toma muita cafeína corre o risco de fazer com que o cérebro diminua o controle sobre a dor, o que enfraquece o sistema de proteção do corpo. É o mesmo sistema que faz, por exemplo, com que um jogador de futebol continue jogando bola até o final da partida, justamente porque as endorfinas liberadas neutralizam a dor.

Quando a pessoa já tem uma certa pré-disposição a dores de cabeça e enxaqueca, o café pode ser um gatilho para fazer com que esse desconforto surja com mais frequência e intensidade. A dor de cabeça provocada pelo café é persistente, dura pelo menos 15 dias no mês e permanece durante meses. Por isso, a medida de três xícaras por dia não deve ser ultrapassada.
Também há outra modalidade de dor de cabeça por cafeína, que é a de abstinência. Esse problema é muito comum em quem toma café demais durante a semana e dá uma pausa aos sábados e domingos.
Apneia do sono
Dor de cabeça ao despertar ou de madrugada, acompanhada de ronco e/ou sonolência, obesidade e alterações cardiovasculares, pode ser sinal de apneia do sono.

Essa dor é causada por microdespertares que a pessoa tem durante a noite: em média, mais de 15 vezes. Essa é uma forma de o cérebro forçar o indivíduo a respirar enquanto dorme. Alguns têm flacidez nos músculos da faringe e, quando deitam, o palato mole ("campainha") vai para trás e obstrui ainda mais o caminho do ar para o pulmão.


Há mais de 200 tipos de dor de
cabeça e um deles pode indicar AVC

A cardiologista Ludhmila Hajjar, do Incor e o Neurologista Marcelo Calderaro falam de causas e tratamento do problema.

Dor de cabeça é algo que atinge 99% das mulheres e 94% dos homens em algum momento. Ela pode ser forte, fraca, frequente ou esporádica, mas costuma atrapalhar as atividades diárias e prejudicar a qualidade de vida.
Além disso, uma dor de cabeça súbita e sem causa aparente, acompanhada de outros sintomas, pode ser o prenúncio de um acidente vascular cerebral (AVC), a maior causa de mortes no Brasil.
Há mais de 200 tipos de dor de cabeça e que alguns alimentos ou o excesso de analgésicos podem piorá-la. A cardiologista Ludhmila Hajjar, do Instituto do Coração (Incor), e o neurologista Marcelo Calderaro tiram as principais dúvidas sobre o assunto e ensinam a reconhecer os sinais de alerta de um AVC, que no país mata mais que infarto, aids, armas de fogo e acidentes de carro.
Dor de cabeça 3 (Foto: Arte/G1)
O primeiro passo é anotar em um papel a frequência e a intensidade da dor. As causas podem ser desde uma má postura, um sapato errado, o jeito de caminhar, até uma questão hormonal no caso das mulheres.
Entre os alimentos prejudiciais estão alimentos condimentados, salsicha, comida chinesa, chocolate, queijos fortes, vinho e cafeína. O café, porém, pode ser bom ou ruim, dependendo da quantidade. Até três xícaras por dia podem prevenir a dor de cabeça, mas mais que isso aumenta as chances do problema.
Nas ruas, o repórter Renato Biazzi foi conferir se as mulheres levam remédio contra dor de cabeça na bolsa, e Marina Araújo perguntou o que as pessoas em geral mais sentem nessas horas.
O cérebro tem seus próprios mecanismos para se defender da dor. Quando abusamos de analgésicos vendidos sem receita é como se ele desaprendesse essa técnica. Então, cada vez são necessários mais comprimidos para dar conta da dor. Tomar um a cada dois ou três dias já é considerado abusivo.
Tipos mais comuns de dor de cabeça
Enxaqueca
- Pulsátil e localizada em um dos lados da cabeça
- Intensidade moderada ou forte (limitando ou impedindo atividades diárias)
- Com náuseas e/ou vômitos
- Aversão a luz e sons
- Visão de flashes de luz

Cefaleia tensional
- Localizada nos dois lados da cabeça
- Não pulsátil

Cefaleia em salvas
- Dor unilateral, na região dos olhos e nas têmporas
- Lacrimejamento, congestão nasal e ocular
- Olho vermelho e inchaço ou queda parcial da pálpebra
- Diminuição do tamanho da pupila

Em relação ao AVC, o tipo isquêmico corresponde a 80% dos casos. E uma das causas são depósitos de gordura nas artérias, um dado preocupante no Brasil, onde o número de obesos ou com sobrepeso é cada vez maior. Segundo uma pesquisa do Ministério da Saúde, o percentual de pessoas acima do peso passou de 42,7% em 2006 para 48,1% no ano passado.
Já o AVC hemorrágico é responsável por 20% das ocorrências. Um dos motivos que levam a ele é o aneurisma cerebral. Alguns dos fatores de risco de AVC são: obesidade, diabetes, cigarro e pílula anticoncepcional (veja outros na arte acima). Perda súbita de consciência e equilíbrio também podem ser sintomas.

Raiva, preocupação e excesso de trabalho podem causar dor de cabeça

O neurologista Marcelo Calderaro e a Endocrinologista Alfredo Halpern falam sobre influências hormonais.

Quase 100% das mulheres e 94% dos homens têm dor de cabeça alguma vez na vida. Raiva, preocupação, falta de dinheiro, excesso de trabalho e privação de sono podem ser algumas das mais de 200 causas.
O problema também pode ser genético, por tensão muscular, tensão pré-menstrual (TPM), barulho, cheiro  ou luz forte. Quando intenso, recorrente e acompanhado de outros sintomas, é diagnosticado como enxaqueca, que geralmente vem acompanhada de enjoo, náusea, aversão a luz e som, e visões distorcidas, com flashes e aura colorida.
Os médicos explicaram que alimentos podem agir como um gatilho em pessoas com predisposição à dor de cabeça, mas não são uma causa. Por isso, mudar a dieta não costuma ser tão eficaz.
Calderaro disse que um indivíduo deve tomar, no máximo, um analgésico a cada dez dias, totalizando 36 no ano. Alguns exageram na dose, como a supervisora de limpeza Veranei Santos, que consome quase 1,5 mil compromidos por ano.
Na enxaqueca, a cabeça dói apenas de um lado e a sensação é de que ela está pulsando, latejando. Quem tem esse problema se torna mais sensível a interferências químicas e emocionais.
Pode ser por um jejum prolongado ou excesso de café. É como se o circuito elétrico cerebral entrasse em pane: as artérias se dilatam e a dor se torna insuportável.
Cada fator ativa uma área diferente do cérebro. Os hormônios acionam a glândula hipófise; a audição mexe o córtex primário; gosto, cheiro e visão estimulam a região orbitofrontal; e as emoções são respondidas no sistema límbico.
No estúdio, Halpern explicou a influência da queda do estrogênio durante o ciclo menstrual para o aparecimento da dor de cabeça.


Fonte:g1.globo.com/bemestar
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