quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Luz, hormônios e fatores genéticos influenciam sono e relógio biológico

Abordando o Assunto teremos o endocrinologista Alfredo Halpern e o Professor de biologia do sono Marco Túlio de Mello.

A quantidade de luz influencia na produção do hormônio do sono, a melatonina. Por isso, é fundamental estar em um ambiente escuro e tranquilo para dormir bem. Isso tudo também interfere no relógio biológico, que é a disposição natural para dormir e acordar – algo que pode mudar bastante durante a vida.
Para falar sobre a importância de respeitar o ritmo individual, temos o educador físico e professor de medicina e biologia do sono Marco Túlio de Mello, junto com o endocrinologista Alfredo Halpern.

Relógio biológico (Foto: Arte/G1)

A diferença entre o relógio biológico e um relógio de pulso é exatamente a grande capacidade de tolerância que o organismo humano apresenta. Enquanto um bom relógio de pulso é aquele que nunca se atrasa ou adianta, um relógio biológico saudável tem grande capacidade de se ajustar aos desafios temporais. Mas, se a pessoa abusa, o corpo sofre.
Fatores genéticos determinam as características e diferenças de cada relógio. Quem é mais noturno provavelmente começa a liberar melatonina mais tarde, então o sono vem mais tarde também.
Não existe um consenso sobre o que um trabalhador noturno deve comer à noite, se deve ingerir algo como se fosse dia ou se é melhor manter refeições mais leves. O metabolismo diminui à noite, por isso o melhor é evitar alimentos pesados.
Muitas vezes, as pessoas deitam muito tarde e levantam cedo porque precisam, não porque gostam. Os cientistas já inventaram até uma pílula e um aparelho eletrônico para descobrir o verdadeiro relógio biológico de cada um.
O Instituto do Sono em São Paulo fez uma avaliação do casal Carlos Frederico e Kaori Pereira. Ela é programadora de computadores e trabalha durante o dia. Ele é engenheiro e faz o horário noturno. Os dois têm três filhas para cuidar e tentam se adequar com diferentes relógios biológicos.
A curva de temperatura de Kaori tem grandes variações e se parece com a da maioria de nós: mais alta durante o dia e mais baixa à noite. As grandes variações são importantes para o organismo, porque determinados hormônios, como o do crescimento, só são liberados pelo corpo à noite, com a temperatura mais baixa.
Kaori respeita o relógio biológico dela, mas gostaria de dormir mais (acorda às 6h e entra às 8h30 no emprego). A análise do nível de atividade da programadora durante o dia aponta que ela se mexe mais em casa (enquanto cuida das 3 filhas) do que no trabalho, onde fica sentada até as 17h30. Às 22h, vai para cama e, às vezes, acorda durante a noite.
Já a temperatura de Carlos é mais alta que a da mulher e não baixa muito nem quando ele está dormindo. Com isso, as variações não são tão grandes, o que indica que o corpo dele se adaptou a horários diferentes. Mas essa curva de temperatura pouco acentuada pode prejudicar a liberação hormonal.
A vantagem do engenheiro é que ele consegue dormir bem durante o dia (das 7h às 12h). Se um indivíduo trabalha à noite e não dorme antes disso, a curva de temperatura fica menor e os efeitos são grandes no organismo. A imunidade pode baixar e causar dor de cabeça, gripe, sinusite e gastrite, além de prejuízos à memória e à concentração.
O bom é que Carlos tira mais um cochilo à noite (por volta das 20h30) antes de ir trabalhar, o que ajuda a recuperar o corpo.
Segundo o professor de medicina e biologia do sono Marco Túlio de Mello, a maior dificuldade dos funcionários noturnos ou por turno é não encontrar a família com frequência. Ele também disse que ficar mais de 19 horas acordado direto é como dirigir um carro estando bêbado, pois os reflexos são reduzidos.
Hormônios
O cortisol é o hormônio que nos deixa em alerta. Há um pico pela manhã, entre 7 e 8 horas, e à noite ele atinge o ponto mais baixo. Já o hormônio de crescimento aumenta dependendo da hora do jantar e do sono. Atinge o ápice durante o sono e cai quando a pessoa acorda. O hormônio da saciedade leptina, por sua vez, tende a subir à noite e baixar ao longo do dia.

Se houver problemas de ajuste de horário biológico, o ideal é fazer uma avaliação clínica com uma equipe multidisciplinar especializada, compostas por médicos, psicólogo e nutricionista.
Pensando Leve
A manicure Alexandra Silvério conta como é o ritmo dela e também diz como está o processo de emagrecimento.

Pela manhã, o metabolismo de Alexandra é mais lento, fica cansada, e à noite se desperta melhor (lá pelas 4h da manhã, começa a vir o sono).
Antes da reeducação alimentar, ela sentia mais vontade de comer à noite, e saia para fazer compras à 1 hora da manhã.

Fonte:g1.globo.com/bemestar ((•)) Ouça essa Postagem

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