quinta-feira, 31 de maio de 2012

MAL SÚBITO E INSOLAÇÃO

NO CALOR, OS PERIGOS DO MAL SÚBITO E DA INSOLAÇÃO

Artigo publicado na revista “PRO TESTE”, da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, número 86, edição de novembro de 2009


A exposição ao calor ou um esforço físico intenso fazem subir a temperatura do corpo. Com o aquecimento em excesso, a pessoa pode ter mal-estar ou mesmo uma insolação. Esses dois casos ocorrem devido a uma exposição prolongada ao Sol e ao calor, ou, até mesmo, um esforço físico em um ambiente muito quente. Mas você sabe o que fazer se isso acontecer com alguém ao seu lado? É importante que você conheça os problemas que podem ocorrer no calor e como prestar socorro imediato a quem estiver precisando de ajuda.

O corpo tem suas defesas contra o calor
Para baixar e manter constante a temperatura do corpo, o organismo recorre a diversos mecanismos como:
Dilatação dos vasos sanguíneos: A maioria dos vasos sanguíneos está na superfície da pele e acaba esfriando. Devido ao calor intenso a pessoa fica vermelha e quente.
Transpiração: Há liberação de mais suor com a finalidade de esfriar o corpo.
Respiração acelerada: Há liberação de calor por meio dos pulmões.
Note que muitos dos mecanismos do corpo consistem em desconcentrar o calor do interior do corpo e levá-lo às áreas periféricas (principalmente à pele). Por isso, é importante usar roupas leves, que permitam a troca de calor com o ambiente. Se você for socorrer alguém com mal súbito causado pelo calor ou insolação, procure manter a pessoa arejada. Se preciso, retire algumas peças de roupa e afaste as pessoas em volta.
No entanto, às vezes os mecanismos próprios do corpo não são suficientes ou até mesmo podem desencadear outros problemas, como a elevação perigosa da pressão sanguínea.
Os primeiros socorros podem fazer a diferença entre a vida e a morte até a chegada do socorro. Assim, é importante que todos conheçam algumas manobras de socorro e, principalmente, de ressuscitação para agir em um possível momento de crise enquanto o médico não chega.

A insolação é diferente do mal súbito


MAL SÚBITO
É um mal-estar que ocorre após a exposição por muito tempo num local quente e pouco arejado (como um estádio lotado). Ele leva o corpo a uma perda excessiva de água e sal. É mais comum em pessoas que não estão acostumadas a estas condições ou em idosos.

Sintomas:
Exaustão, ausência de forças, e até mesmo agitação; dores de cabeça, tonturas, enjoos, cãibras, devido à perda de sal; a temperatura continua normal ou cai; palidez e suores frios; respiração acelerada e pouco intensa; possibilidade de desmaio após qualquer movimento brusco.
Como socorrer: Deite a pessoa num ambiente arejado; se estiver consciente, dê um pouco de água para repor os níveis de líquidos e sais. Se não houver uma farmácia por perto, prepare um soro caseiro, diluindo uma colher de sopa de açúcar com uma pitada de sal em um copo de água. Em seguida, procure ajuda médica.


INSOLAÇÃO
Além da permanência em lugares abafados, o diferencial da insolação para o mal súbito é a exposição prolongada ao Sol. O corpo se torna incapaz de controlar a temperatura pela transpiração.

Sintomas:
Agitação, rápida perda de consciência; dores de cabeça, tonturas, sensação de calor e, ocasionalmente, náuseas e vômitos; a temperatura pode chegar até 43oC, deixando a pele quente, vermelha e seca; respiração acelerada e barulhenta; pulsação irregular de 140 batimentos por minuto, o normal varia entre 70 e 80.
Como socorrer: Leve a pessoa para um local fresco e tire a roupa dela. Se estiver consciente, a coloque numa posição reclinada, com a cabeça e os ombros apoiados, e ofereça um copo de água. Já se estiver inconsciente, deite com o rosto para cima. O importante é baixar a temperatura até 38oC. Para ajudar, coloque compressas frias no corpo ou envolva a pessoa num lençol molhado e sempre úmido. E abane o rosto para refrescar. Nunca use remédios para baixar a temperatura. O mais indicado é procurar um médico.



Aplicando a massagem cardíaca
Nos casos graves de asfixia, a pessoa pode ter, logo em seguida, uma parada cardíaca. É importante a reanimação dos batimentos cardíacos.
Os sintomas da parada cardíaca são: inconsciência, ausência de batimentos cardíacos, parada respiratória, extremidades arroxeadas, palidez intensa e dilatação das pupilas.
A primeira providência a ser tomada, antes da chegada do médico, é fazer a massagem cardíaca, uma compressão ritmada do tórax, na altura do coração. Siga os passos:
1-Deite a pessoa de costas, sobre uma superfície dura.
2-Faça pressão sobre o osso que fica na frente e no centro do tórax, para comprimir o coração de encontro à coluna vertebral.
3-Descomprima rapidamente.
4-Repita a manobra, em um ritmo de 60 a 70 vezes por minuto, até os batimentos ficarem espontâneos ou até a chegada do médico. A pressão aplicada deve ser de acordo com a estrutura física da vítima, para evitar fraturas.

Fazendo respiração boca a boca
As técnicas de ressuscitação devem ser feitas imediatamente. A respiração artificial tem o objetivo de garantir a oxigenação pulmonar, fazendo com que haja a reativação do coração e da respiração. Esta respiração só funciona se a pessoa for atendida o mais rápido possível, nos dois primeiros minutos. A probabilidade de dar certo é de 90%. Por isso é essencial que o atendimento seja feito de imediato, no próprio local do acidente e por qualquer pessoa presente.
A respiração boca a boca é uma técnica simples. Você pode socorrer soprando com força a boca da vítima, com o intuito de encher os pulmões. O pescoço deve ser erguido e posicionado para trás. Em seguida, com a ajuda dos polegares, abra a boca do acidentado para começar a fazer o contato boca a boca. Siga o passo a passo:
1-Aperte as narinas para evitar que o ar escape.
2-Abra bem a boca da vítima e encoste os seus lábios à sua boca soprando com força.
3-Faça uma inspiração profunda e sopre ar até sentir o tórax expandir.
4-Afaste a sua boca, expire qualquer excesso de ar e observe o peito da vítima esvaziar.
5-Repita o mecanismo quantas vezes forem necessárias.

ALERTA: Os dois primeiros sopros de ar devem ser feitos lentamente, para expandir o tórax e diminuir a possibilidade de distensão do estômago. Pratique o método boca a nariz, em caso de ferimento nos lábios. A diferença para o boca a boca é o cuidado de fechar a boca da vítima enquanto se sopra por suas narinas.


 Acho que eu vou desmaaaaiar...

A síncope, mais conhecida como desmaio, ocorre subitamente, dura poucos minutos, mas requer atenção e cuidados

POR DANIELA TALAMONI
ILUSTRAÇÕES MARCELO GARCIA



Quando o fluxo sangüíneo não é suficiente para oxigenar de forma adequada o cérebro, a pessoa pode perder a consciência e desmaiar. Entre as razões para o mal súbito estão pressão baixa, hipoglicemia, males cardíacos e epilepsia
A cena clássica do cinema em que a mocinha frágil e sensível desfalece no momento em que perde o seu grande amor não é nada romântica na vida real. Aliás, o desmaio costuma assustar. De repente, você começa a suar, sente náuseas e tontura, fica pálido e passa a enxergar tudo mais escuro e borrado. Então, perde a consciência e, após alguns minutos, acorda em pânico, rodeado por pessoas aflitas que insistem em te chacoalhar, checar o seu pulso e obrigá-lo a cheirar um lenço umedecido com álcool ou qualquer outra substância forte, capaz de acordá-lo de vez. A neurologista de São Paulo, Chien Hsin Fin, admite que o desespero é comum nesta hora, muitas vezes a vítima nem sequer recebe um sinal de que vai desmaiar. Mas, segundo a especialista, a situação poderia ser bem menos caótica se não envolvesse tantos mitos. Confira ao lado quatro informações que todos deveriam saber sobre este mal súbito.
1 - O desmaio é uma defesa natural do organismo. Ele ocorre quando o fluxo sangüíneo, por algum motivo, não consegue atingir e irrigar o cérebro da forma adequada. Sem oxigênio para os neurônios, a vítima passa a perder suas capacidades cognitivas, culminando na perda total ou parcial da consciência. Após o desmaio e a queda, o sangue não precisa enfrentar mais o efeito da gravidade. Então, retorna com facilidade das pernas para o coração e a região cerebral. Por isso, quem desmaia se recupera em poucos minutos.
2 - As causas do mal súbito variam e merecem atenção. Alguns problemas, como arritmias cardíacas, entupimento das artérias, pressão baixa e até sangramentos, podem interferir na circulação do sangue e impedir que ele chegue com toda força ao cérebro. Quando a pessoa está desidratada ou com hipoglicemia (baixas concentrações de glicose), também não há nutrientes suficientes para a manutenção do bom funcionamento cerebral. A causa da síncope ainda pode estar relacionada a distúrbios e doenças - derrames, infecções ou epilepsia - que atingem diretamente o cérebro, atrapalhando suas funções cognitivas. Todo desmaio precisa ser investigado.
3 - Emoções fortes fazem as pessoas desmaiar. Neste caso, o mecanismo que desencadeia o mal súbito é o mesmo que faz o paciente com uma dor intensa desfalecer. Na hora, há uma descarga de adrenalina enorme e esta substância em excesso no corpo, por sua vez, provoca uma vasoconstrição. Resultado: com as artérias diminuídas o sangue chega com dificuldade e em pouca quantidade ao cérebro.
4 - Ao socorrer uma vítima, esqueça tudo o que 'aprendeu' no cinema. O maior erro de todos é tentar acordar a pessoa que desmaia com substâncias de aroma forte, como álcool, amoníaco, perfumes, entre outras. Ao cheirar esses produtos, corre-se o risco de sufocar a vítima ou, no mínimo, de queimar sua mucosa nasal. A dica é simples: tente proteger ao máximo sua cabeça durante a queda e fique alerta até que ela acorde ou o socorro médico chegue. Enquanto isso, o ideal é checar as funções vitais e estancar focos de sangramento. Se o desmaiado ameaçar vomitar ou estiver babando muito, vire-o de lado para evitar sufocamento.

Fonte:http://www.aapcopel.com.br e http://revistavivasaude.uol.com.br ((•)) Ouça essa Postagem

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