quarta-feira, 2 de maio de 2012

Estresse na gravidez pode afetar formação do bebê, diz estudo

Nível de ferro, importante para o desenvolvimento dos órgãos, diminui.
Pesquisa israelense foi feita com mulheres em zona de guerra.

O estresse durante os primeiros meses de gravidez pode afetar o desenvolvimento do bebê. Uma pesquisa apresentada neste domingo em um congresso das Sociedades Acadêmicas Pediátricas mostra que os filhos de mães que se estressaram no primeiro trimestre de gestação têm menor nível de ferro no sangue.

O ferro é importante para o desenvolvimento de vários órgãos, principalmente do cérebro. Problemas como a diabetes gestacional, o fumo durante a gravidez e o nascimento prematuro estão entre as principais causas da baixa de ferro no sangue dos bebês.
O acréscimo do estresse a esta lista foi sugerido por um estudo israelense. A equipe de Rinat Armony-Sivan, da Faculdade Acadêmica de Ashkelon, fez as medições com mulheres que passaram por uma situação de alto estresse. Ashkelon fica perto da fronteira com a Faixa de Gaza, e as mulheres que participaram da pesquisa viviam em uma área que sofreu mais de 600 ataques com foguetes.
Os médicos excluíram todos os demais fatores que pudessem baixar a quantidade de ferro no sangue e compararam estas mulheres a um grupo controle. Os filhos destas 63 mães estressadas tinham menor quantidade de ferro do que os outros 77 bebês que participaram da análise.
Os autores da pesquisa sugerem, então, que as mulheres controlem o nível de estresse para evitar problemas aos bebês. Se isso não for possível, é importante monitorar a saúde da criança com exames de sangue e, em caso de deficiência de ferro, tratar o problema desde cedo.

Estresse no início da gravidez pode diminuir proporção de nascidos

Estudo mediu efeito da tensão de terremoto de 2005 em mulheres no Chile.
Número de meninos nascidos diminuiu em relação ao de garotas.

O estresse entre o segundo e o terceiro meses de gravidez pode aumentar o risco de partos prematuros e afetar a proporção de meninos nascidos, diz um estudo publicado sobre o efeito da tensão causada pelo terremoto de 7,9 graus na escala Richter que aconteceu em Tarapacá, no Chile, em 2005.
Segundo as autoras, embora já se conhecesse o efeito do estresse na duração da gravidez, até agora nenhuma pesquisa tinha examinado como o momento no qual aconteceu a tensão afetava a proporção de meninos e meninas nascidos.

O estudo, financiado pela Fundação Nacional de Ciência (NSF) e o Instituto Nacional de Saúde (NIH), ambos dos EUA, foi publicado na edição digital da revista "Human Reproduction".
As professoras Florencia Torche e Karine Kleinhaus, da Universidade de Nova York, analisaram os certificados de nascimento dos bebês nascidos no Chile entre 2004 e 2006 para determinar sexo, peso, estatura e idade gestacional das mais de 600 mil crianças dadas à luz nesse período.
Elas também observaram a idade da mãe, se ela estivera grávida anteriormente e em qual dos 350 condados chilenos vivia. O objetivo era explicar como o terremoto afetou as mães que estiveram mais próximas do epicentro do sismo.
Para as pesquisadoras, as gestações foram mais curtas em mulheres que experimentaram o sismo de maneira mais severa durante o segundo e o terceiro meses da gravidez. Essas mulheres também tiveram um maior risco de parto prematuro, ou seja, aquele que ocorre antes de 37 semanas de gravidez.
Os nascimentos de meninos também diminuíram com relação ao de meninas. Karine Kleinhaus, professora adjunta de Psiquiatria, Obstetrícia e Ginecologia e Medicina Ambiental, explicou que, em geral, nascem mais meninos que meninas, já que a proporção costuma ser de 51% contra 49%.
No entanto, os resultados da pesquisa mostram uma diminuição de 5,8%, o que se traduziria em uma proporção de 45 nascimentos de meninos a cada 100 crianças.
Uma pesquisa anterior indicara que  situações de estresse as mulheres são mais propensas a abortarem fetos masculinos, pois são maiores que os femininos e requerem um esforço maior da mãe.
Outra hipótese seria o fato dos meninos serem menos fortes que as meninas e não adaptarem seu desenvolvimento a um ambiente de estresse no útero.

Fonte:http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia
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